Criança e idoso

  •  Todos os volumes pulmonares aumentam até a maturidade física, devido sobretudo ao aumento do tamanho corporal. Até a maturidade física, a capacidade ventilatória máxima e a ventilação expiratória máxima aumentam em proporção direto ao aumento do tamanho corporal durante o exercício exaustivo; 
  •  Tanto durante o exercício submáximo quanto durante o exercício, o menor coração e o menor volume sanguíneo da criança acarretam um menor volume de ejeção do que o verificado em adultos. Numa compensação parcial, a FC de uma criança é mais elevada do que a de um adulto, mas o Q permanece menor. 

Capacidade Aeróbia

  •  A capacidade aeróbia (VO2max), quando expressa em 1/min, é menor em crianças do que em adultos com níveis similares de treinamento. Isso se deve sobretudo ao menor débito cardíaco da criança. Quando valores do VO2max são expressos para refletir as diferenças do tamanho corporal entre crianças e adultos, existe pouca ou nenhuma diferença na capacidade aeróbia;

Capacidade Anaeróbia

  •  As crianças não conseguem atingir as concentrações de lactato muscular e sanguíneo, devido a menor concentração de PFK, enzima que limita o fluxo da glicose anaeróbia. Isso significa que as crianças têm uma habilidade limitada em atividades glicolíticas.

                     

-> A criança utiliza predominantemente os sistemas lipolítico e ATP-CP, pois há limitação anaebória devido a baixa concentração de PFK. Após gastar sua reserva de ATP-CP, a criança utiliza a rota lipolítica enquanto o adolescente utiliza a glicolítica. 

-> A atividade glicolítica anaeróbia da criança é menor que o do adulto. -> Não se treina crianças em alto nível por poder causar desgaste precoce. 

    À medida que a idade avança, mudanças na função fisiológica acabam ocorrendo. Em relação á fisiologia aplicada ao exercício, sabe-se que entre da adolescência e em média os 30 anos de idade, os valores máximos relacionados ao desempenho são alcançados, sendo que é durante a infância que há uma melhora significativa. Ao alcançar os valores máximos, ocorre um declínio da capacidade funcional, variando com a idade.

Em relação as crianças:

 

    - Em crianças ocorre uma economia mais baixa do exercício, que pode ser explicada pelo fato de que haja uma menor eficiência ventilatória, uma maior relação de área superficial e uma maior frequência das passadas, fazendo com que o ritmo da corrida ou caminhada seja fisiologicamente mais estressante.

                                              

    - Quanto a capacidade aeróbica (l/min), as crianças apresentam valores menores, devido ao menor peso corporal isento de gordura.

                                    

    - Crianças possuem uma incapacidade de produzir níveis altos de lactato sanguíneo durante o exercício e possuem baixos níveis intramusculares da enzima glicolítica fosfofrutocinase, o que pode explicar o baixo desempenho em testes de velocidade da capacidade de potencia anaeróbica.

    - Para qualquer nível de consumo de oxigênio do exercício submáximo, as crianças possuem um maior equivalente ventilatório, pois tem a capacidade de inalar maiores volumes de ar. No entanto, observa-se que as crianças tem um menor déficit de oxigênio e, consequentemente, menor EPOC (consumo excessivo de oxigênio pós-exercício) em relação aos adultos quando submetidos a uma mesma carga de trabalho.

    - Crianças pré-puberes possuem baixos níveis de androgênios, o que pode explicar o fato de que, durante treinamentos de resistência elas tenham dificuldade em aumentar a massa muscular. Entretanto, crianças púberes, assim como adultos, conseguem um aumento significativo tanto da força, quanto da massa muscular.

    - Crianças pré-púberes possuem uma produção de suor muito baixa, que passa a aumentar após o período da puberdade.

                                         

Em relação aos idosos:

    No período entre os 25 e os 80 anos de idade, ocorre uma redução entre 40 e 50% da massa muscular ocasionada pela atrofia das fibras musculares e da perda de unidades motoras, causando redução da força.

 

    Aproximadamente aos 60 anos, ocorre a perda das fibras musculares. A redução da área muscular total ocorre juntamente com a redução das fibras de contração rápida, acarretando um aumento proporcional da área ocupada pelas fibras de contração lenta. Para evitar esta redução e consequente dependência funcional, é recomendado o treinamento aeróbio.

    Com o envelhecimento, surgem a sarcopenia e a perda de força. O treinamento com resistência moderada aumenta a síntese e a retenção de proteínas, tornando a perda de massa e força muscular mais lenta. 

    Sarcopenia:

                                    

    A fragilidade física pode ser minimizada com exercícios regulares, que melhoram a força muscular, a densidade óssea, o equilíbrio e o estado funcional global. Além disso, proporciona também redução nas ocorrências de lesões.

 

    Os mecanismos de resposta de idosos ao treinamento incluem a melhora no recrutamento das unidades motoras e na inervação, assim como na hipertrofia muscular.